Embora o Brasil seja um dos poucos países a ter superávit no comércio com a China, a prevalência de matérias-primas na pauta de exportações brasileiras para o país asiático incomoda o governo brasileiro e deixa a economia nacional em situação vulnerável, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil.
Maior parceira comercial do Brasil, a China gastou US$ 31 bilhões com produtos brasileiros em 2011, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Desse valor, cerca de 80% correspondem à venda de minério de ferro, petróleo e soja.
Por décadas, a participação das matérias-primas nas vendas brasileiras para o exterior girou em torno de 40%. Em 2010, porém, mesmo ano em que exportações brasileiras para a China cresceram 30%, ela chegou a 51%.
Como efeito, o market share (participação de mercado) do Brasil no comércio global cresceu no setor de commodities, mas diminuiu no de produtos industrializados.
O governo já expressou a intenção de agregar mais valor aos produtos exportados à China. Em entrevista à BBC Brasil em março, o chanceler Antonio Patriota se disse preocupado com a "qualidade do comércio" com os chineses e afirmou que o Brasil deseja vender mais produtos manufaturados ao país asiático.
Restrições
Apesar do interesse brasileiro em diversificar as exportações, o presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, Sérgio Amaral, alerta para as restrições às importações impostas pelos chineses em vários setores, como barreiras sanitárias à importação de alimentos.
"A grande dificuldade é a negociação entre dois sistemas diferentes", diz ele à BBC Brasil. Segundo Amaral, que é diplomata e foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior durante o governo FHC, mesmo as empresas brasileiras mais competitivas enfrentam grandes dificuldades para penetrar no governo chinês.
Fonte: Portal Comex News.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar! Lembre-se de colocar seu nome!